quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Bois foram alimentados com produtos de origem animal

Do Jornale

A fiscalização federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou o abate de 175 bovinos no Paraná em função da ingestão de produtos proibidos na alimentação desses animais. Outros 230 bovinos foram interditados pela fiscalização e também podem ser abatidos se for comprovado, por exames de laboratório, que foram alimentados com ingredientes oriundos de subprodutos de origem animal.

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) está colaborando com o ministério da Agricultura, que está intensificando a fiscalização sobre o uso da cama de aviário na alimentação de animais bovinos no Paraná. Essa prática é proibida pela legislação diante dos riscos de adicionar subprodutos de origem animal na alimentação dos bovinos.

A medida visa evitar que se instale no Brasil a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a doença da Vaca Louca. De acordo com o diretor do departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária da Seab, Marco Antonio Teixeira Pinto, nunca houve a manifestação dessa doença em animais no território brasileiro, mas infelizmente o Brasil é classificado como sendo um país de risco controlado para a ocorrência da Encefalopatia Espongiforme Bovina, porque entre outros motivos os produtores usam a cama de aviário na alimentação de ruminantes.

Alguns abatedouros não fazem a retirada da linha de abate de materiais de risco específico como encéfalo, olhos, medula espinhal, amídalas, baço e terço final do intestino delgado, locais onde há a maior concentração de príons, que pode originar a doença da Vaca Louca.

A recomendação, diz Teixeira Pinto, é que esses elementos devem ser retirados da carcaça do animal e incinerados, para impedir a sua reciclagem pelas graxarias que produzem farinhas de carne e ossos, produtos permitidos somente na fabricação de rações de aves, suínos, cães, gatos e peixes.

Ele alerta que se os produtores não abolirem a prática do uso da cama de aviário como alimentação aos animais, os ruminantes podem estar expostos ao risco de contaminação. Além disso, contribuem para a manutenção do Brasil na classificação de risco controlado para a incidência da EEB pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que traz restrições à exportação de carnes e subprodutos derivados de ruminantes como bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos.

O veterinário afirma que no caso específico da cama de aviário, fazem parte de sua composição além do substrato (cepilho, casca de arroz, etc.), a ração das aves que cai dos comedouros e as fezes das aves. É importante salientar que na ração das aves é permitido o uso de farinha de carne e ossos, que é feita com os resíduos de abatedouros (carcaças ou parte de carcaças de animais não destinados ao consumo humano como ossos, penas, sangue e vísceras). Mas esses ingredientes agravam o risco de contaminação, salienta Teixeira Pinto.

Para o secretário de Agricultura, Erikson Camargo Chandoha os abates e interdições dos animais no Paraná foram necessários para cumprir a legislação em vigor, mesmo não apresentando qualquer tipo de constatação de casos da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB), mais conhecida como Doença da Vaca Louca. “Mantemos um constante trabalho de alerta aos pecuaristas paranaenses. Nossa fiscalização se mostra eficiente e rigorosa para não darmos brechas a descuidos no setor”.

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